Com Selic a 15%, descubra os títulos e papéis ideais de renda fixa para cada perfil de investidor.
Com a elevação da taxa Selic para 15% ao ano, o Brasil vê elevar a atratividade da renda fixa, um investimento que alia segurança e boas remunerações.
Esse movimento faz com que investidores repensem seus portfólios, avaliando títulos públicos e papéis privados em busca de elevados retornos sem abrir mão da estabilidade. Veja a seguir uma análise detalhada das oportunidades.
Por que investir em renda fixa agora é crucial?
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Quando o Banco Central opta por subir a Selic, elimina-se parte da margem escondida em expectativas de queda futura.
Como resultado, “não investir em renda fixa significa aumentar o custo de oportunidade do portfólio”, alerta Leonardo Araújo, da GT Capital. Ou seja, ao ignorar essas taxas elevadas, o investidor pode perder rendimentos expressivos.
Tesouro Selic: segurança e liquidez imediata
Considerado o investimento mais seguro do país, o Tesouro Selic acompanha diretamente a taxa básica. Segundo Victor Furtado, da W1 Capital, esse título é “imbatível para quem quer liquidez, segurança e não quer oscilar”. Ele se destaca especialmente em um cenário de incerteza, permitindo guardar reservas renteadas enquanto se espera o momento ideal para diversificar.
Tesouro IPCA+: proteção real contra a inflação
Com a inflação ainda acima da meta, os títulos indexados ao IPCA são outra aposta dos especialistas. Camilla Dolle, da XP, recomenda papéis com duration de 5 a 6 anos por garantir ganho real e estabilidade. Lucas Ghilardi, da The Hill Capital, reforça que “a melhor aposta é sempre em IPCA+”, oferecendo retornos reais superiores a 7%, e supera rapidamente o CDI.
Tesouro Prefixado: blindagem contra quedas futuras
Apesar de até pouco tempo estarem em segundo plano, os títulos prefixados ganham relevância com a expectativa de estabilização da Selic. Araújo afirma que “talvez seja o melhor momento” para investir nesses papéis, já que travar uma taxa atual elevada pode resultar em valorização do título quando os juros começarem a recuar. Taxas nominais acima de 13% ao ano em prazos médios refletem essa oportunidade.
Crédito privado: buscando melhores prêmios com cautela
Nos títulos emitidos por empresas, bancos e securitizadoras, a principal preocupação é a saúde financeira do emissor. Luiz Christ, da Principal Asset, ressalta que taxas elevadas pressionam o fluxo de caixa das empresas. Apesar disso, Camilla Dolle observa que as grandes empresas cadastradas ainda mantêm bons índices de crédito, o que favorece investimentos como CRI, CRA, debêntures e CDBs.
Segundo Samer Serhan, da JiveMauá, o mercado de crédito privado brasileiro se encontra mais sólido do que há décadas. Ainda assim, a Medida Provisória que alterou incentivos fiscais restringiu o atrativo de papéis antes isentos, como debêntures incentivadas.
Setores mais promissores no crédito privado
- Bancos de primeira linha, saneamento e energia elétrica são setores estáveis e defensivos, apontam especialistas como Peixoto (Trígono).
- Já FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) têm ganhado atenção por oferecerem diversificação, bons prêmios e baixa inadimplência, segundo Luiz Christ.
Dicas para montar um portfólio eficiente
- Curto prazo/líquido: invista no Tesouro Selic.
- Proteção contra inflação: aloque em Tesouro IPCA+ com duration de 5–7 anos.
- Fixar taxa alta: aproveite prefixedados enquanto o ciclo de alta está no fim.
- Contato com crédito privado: selecione emissões de alta qualidade ou explore FIDCs para diversificação.
Riscos e cuidados importantes
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- Selic elevada no longo prazo pode pressionar empresas e afetar o crédito privado;
- Crédito privado exige análise rigorosa da empresa emissora;
- Duration longa em títulos IPCA+ e Prefixados aumenta a volatilidade de mercado.
A Selic a 15% ao ano oferece um panorama promissor para renda fixa. Desde títulos públicos de diversos formatos até opções em crédito privado, há alternativas para todos os perfis de investidor, desde os mais conservadores até os mais arrojados.
O importante é analisar prazos, riscos e estratégias com cautela, construindo uma carteira alinhada aos objetivos financeiros.